082
Estátua de sal,
Sob a fúria da intempérie:
Metáforas bíblicas.
082
Estado de coma:
Só no balanço das eras,
refazem-se as forças.
083
Ruídos na tarde,
Papai e mamãe na sesta:
Serão dos amores.
084
Perante a miséria,
Não há paz nem para a morte:
Semear o trigo.
085
É só lerolero,
Conversa de botequim:
Terapia dos pobres.
086
Mangueira florida:
Enquanto a manga não vem,
Vai jabuticaba.
087
Mangueira vazia,
Exclama o moleque frustrado:
Desejo contido.
088
Na margem do rio,
Sandálias sem pescador:
Rastros água a dentro.
089
No ninho de melro,
Restam só três filhotinhos:
Gaviões ou cobras.
090
Das flores do Mao,
Farão mil buquês tirânicos:
Paz celestial...
091
Olho as Três Marias:
Crianças brincam de roda,
À luz do luar.
092
Imbondeiro amigo,
Fazes o bem sem ver a quem:
És fonte da vida.
093
Amiga Joaninha,
Tem pulgão na minha horta:
Prato preferido.
094
Amantes em chamas,
Incontível combustão:
Corpos inflamáveis.
X
Sapo cururu,
passeando pela estrada:
Calor de ve tvrão.
&
Engarrafamento,
com a estrada cheia de sapo:
Uma cururuata.
&
Ave em extinção,
na camisa do turista:
Arara azul.
&
Floresta silente,
nem cascavel assovia:
Natureza em paz.
&
Cidade em silêncio,
nem cracudo canta funk:
Estado de sítio.
&
Silêncio de pedra,
medo avança de coturno:
Sangue na saliva.
&
Cicios do vento,
indispõem-me com a tarde:
Virada de tempo.
&
Ruídos no sótão,
lembram arranjo de móveis:
Trovões a galope.
HAICAIS CARNAVAL
Multidão de índios,
Invade a Sapucaí:
Cacique de Ramos.
&
Sussuarana vem,
se empolgando com a avenida:
Bafo da Onça.
&
Vai de bar em bar,
com "fiufiu" pra freguesia:
Bloco de Piranhas.
&
No Rio de janeiro,
eis o enterro dos ossos:
Carnaval de rua.
&
Nas ruas desertas,
Zéfiro dança com o lixo:
Fim de carnaval.
&
Arrastão das almas,
no "Cordão do Bola Preta":
Vovô dos Pierrots.
&
Pura pegação,
no "Simpatia Quase Amor":
Corações a deriva.
&
Banda de Ipanema,
invade Copacabana:
Arrastão da folia.
&
Ninguém sentia nada,
mas tinha cecê no ar:
Sovaco do Cristo.
&
Na manhã de brisas,
chuva vem lavar as cinzas:
Momo jaz em sonhos.
&
Carnaval a vera,
leva qualquer um pra cama:
Feitiços de Momo.
Antônio Cabral Filho - RJ
passeando pela estrada:
Calor de ve tvrão.
&
Engarrafamento,
com a estrada cheia de sapo:
Uma cururuata.
&
Ave em extinção,
na camisa do turista:
Arara azul.
&
Floresta silente,
nem cascavel assovia:
Natureza em paz.
&
Cidade em silêncio,
nem cracudo canta funk:
Estado de sítio.
&
Silêncio de pedra,
medo avança de coturno:
Sangue na saliva.
&
Cicios do vento,
indispõem-me com a tarde:
Virada de tempo.
&
Ruídos no sótão,
lembram arranjo de móveis:
Trovões a galope.
HAICAIS CARNAVAL
Multidão de índios,
Invade a Sapucaí:
Cacique de Ramos.
&
Sussuarana vem,
se empolgando com a avenida:
Bafo da Onça.
&
Vai de bar em bar,
com "fiufiu" pra freguesia:
Bloco de Piranhas.
&
No Rio de janeiro,
eis o enterro dos ossos:
Carnaval de rua.
&
Nas ruas desertas,
Zéfiro dança com o lixo:
Fim de carnaval.
&
Arrastão das almas,
no "Cordão do Bola Preta":
Vovô dos Pierrots.
&
Pura pegação,
no "Simpatia Quase Amor":
Corações a deriva.
&
Banda de Ipanema,
invade Copacabana:
Arrastão da folia.
&
Ninguém sentia nada,
mas tinha cecê no ar:
Sovaco do Cristo.
&
Na manhã de brisas,
chuva vem lavar as cinzas:
Momo jaz em sonhos.
&
Carnaval a vera,
leva qualquer um pra cama:
Feitiços de Momo.
Antônio Cabral Filho - RJ
No banco da praça,
um idoso entre as crianças:
Grupo de origami.
&
Sanhaço faz festa
no açaízeiro em flor:
Saber natural.
&
- A Rosa Lia Dinelli, com humildade -
Tapete vermelho,
cobrindo toda a planície:
Abismo de rosas.
&
Trilha sinuosa,
dentre o paraíso verde:
Serra de Petrópolis.
&
No túnel de breu,
rasgo meu rumo incerto:
Noite sem lua.
&
Vejo no horizonte,
rastros da minha infância:
Serra do Paiol.
&
Dá para sentir,
maçarico cem por cento:
Calor de janeiro.
&
Suor escorrendo,
com o mormasso na floresta:
Colhendo palmito.
&
Grande lençol branco,
estendido sobre a serra:
Nuvens carregadas.
&
Ave sai da moita,
e foge desesperada:
Ninho de codorna.
Antônio Cabral Filho - RJ
um idoso entre as crianças:
Grupo de origami.
&
Sanhaço faz festa
no açaízeiro em flor:
Saber natural.
&
- A Rosa Lia Dinelli, com humildade -
Tapete vermelho,
cobrindo toda a planície:
Abismo de rosas.
&
Trilha sinuosa,
dentre o paraíso verde:
Serra de Petrópolis.
&
No túnel de breu,
rasgo meu rumo incerto:
Noite sem lua.
&
Vejo no horizonte,
rastros da minha infância:
Serra do Paiol.
&
Dá para sentir,
maçarico cem por cento:
Calor de janeiro.
&
Suor escorrendo,
com o mormasso na floresta:
Colhendo palmito.
&
Grande lençol branco,
estendido sobre a serra:
Nuvens carregadas.
&
Ave sai da moita,
e foge desesperada:
Ninho de codorna.
Antônio Cabral Filho - RJ
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Sacrifício algum, vale prazer mais intenso, que matar o tempo.